sábado, 2 de outubro de 2010


Olhando através das cortinas, vejo uma mulher tão branca como a lua, suas longas vestes confundem-se com a escuridão, trazendo o refúgio perfeito, os cabelos longos dançam conforme os paços firmes, em sua mão uma espada.
Seus pés vagam sobre o terreno árido e sem vida.
No horizonte surge um clarão, um forte vento atinge seus cabelos, suas vestes movem-se lentamente ao comando do vento.
Uma música soa ...
Seus olhos abrem-se, negros como a escuridão do árido deserto.
 Ela empunha a espada.
Algo está errado.
Ela não se move.
O vento aumenta, trazendo ainda mais forte a melodia, a claridade torna-se mais intensa.
         Em sua face o desejo de lutar, mas seu corpo permanece imóvel.
A espada ainda em posição de defesa.
Posso ouvir sua respiração, tudo se move lentamente.
Em sua face, o esforço para se mover, a luz se aproxima.
O silêncio...
Ele a toca...
Ela sorri e o abraça.
Seus olhos tornam-se azuis como o céu, sob seus pés a relva verde cresce e o perfume dos lírios invade o campo, gotas de orvalho tocam sua pele.
Ela baixa a espada e olha o lírio.
Derrepente um calafrio percorre seu corpo.
Ela olha adiante e o vê partir.
Seus olhos tornam-se distantes.
Em seus olhos, vê-se o universo, em toda sua imensidão.
Ela caminha enquanto a relva se desfaz sob seus pés.
Em seus olhos pequenas gotas brilham na escuridão.
E de seu peito brotam pequenas gotas vermelhas.
Ela novamente empunha sua espada.
E avança escuridão a dentro.





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